sábado, 14 de maio de 2011

A quem não irá ler este texto

Me cansei das rimas e resolvi escrever um texto normal, comum. Escrito assim direto, de uma vez só. Porém este texto, apesar de estar em um local público, é para uma pessoa específica. Mas o mais estranho ainda é que ele é para alguém que eu não conheço. É estranho escrever para alguém que não se conhece e, ao mesmo tempo, torcer para que ela leia. O fato é que escrevo. Repetindo palavras mesmo, sem se importar com estética. Escrevo um texto de renúncia, mas também de esperança. Quem mais for ler este texto talvez não entenda. Mas ela entenderá ou entenderia porque não irá ler. Bom, vou direto ao ponto, já que este texto não faz sentido nenhum: cansaço. Esta é uma palavra que pode resumir bem o que quero mostrar. Cansado de procurar. Cansado de não achar. De estar em uma multidão procurando alguém específico. De olhar pela janela do ônibus. Ficar sozinho pensando quando poderia estar acompanhado conversando. Você que não está lendo este texto, por favor, esteja ciente de que estou cansado. Portanto não espere mais que eu te procure assim como eu nunca esperei que você me procurasse.  Não se iluda achando que estarei como um detetive atrás de seu rastro. Não pense que vou continuar jogando fora os detalhes de minha vida, especulando, procurando. A você que não está lendo este texto, é à você mesma que ele se destina. Como eu já disse não me preocupei com a estética do texto. Nem com a gramática. Nem com a ortografia. Não quis rimas porque elas demoram para ser pensadas e escritas. E eu não quero pensar mais sobre isso. Minha ideia é esquecer. Quase uma missão. Mais que um desejo. Mas me preocupei com uma coisa no texto, assim como costumo me preocupar com os outros, também: que ele não fosse nem muito longo e nem muito curto. Bom, já disse o que queria dizer. Não irei mais te procurar. Mas isso não exclui o fato de ainda querer te encontrar. Não consigo fugir das rimas. 

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