quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Projeto Haarp - Domingo Espetacular 11/09/2011


"Experiências secretas, ou pouco conhecidas, têm uma finalidade de criar uma nova arma de guerra: a manipulação do clima."  - Reportagem completa. Vale a pena assistir.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Geodésica (ou Eu longe de você)


Por mais longe que eu esteja
A distância não tem importância
Mas por mais perto que pareça
Você não percebe minha ânsia

Meus sentimentos são invisíveis para você
Não sei se por eu não querer mostrar
Ou por você não querer ver

Por mais que eu ande
Não te esqueço
Por mais que me revele
Não te conheço

Eu em você
Longe de mim
Eu em mim
Sem me ser

As horas são milhões de segundos
Eu e você somos dois mundos
Me sinto sólido
Em um tempo gasoso
E o tempo tem corpo
E no corpo do tempo
Fico cansado e desatento

E cansado não consigo te ver
E sem te ver fico assim
Já não sei se eu sou eu
Ou se sou a soma de você sem mim

terça-feira, 5 de julho de 2011

Relativamente complicado

Estudo da ciência ainda é enigma para alunos e professores nas escolas

Em 1905, o físico e matemático Albert Einstein propôs a Teoria da Relatividade Restrita e em 1916 a Teoria da Relatividade Geral. Contudo, mesmo hoje, essa questão ainda é vista como um tabu nas escolas. Pouco ou quase nada sobre o assunto é ensinado no Ensino Médio. A ciência, em geral, é tratada como algo inalcançável e muito do que é ensinado são conceitos antigos.
O professor do curso de Física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Paulo Ricardo da Silva Rosa, explica que toda a parte de concepção de mundo desenvolvida no séc. XX não é tratada na escola. “Se você olha hoje para o currículo de física no ensino médio, o que é dado efetivamente vai até, mais ou menos, 1850, 1830. Pouca coisa depois disso é abordado”, diz. Ainda não existe uma metodologia amplamente desenvolvida para tratar o estudo da física contemporânea. “Como é que você pega um conceito que é extremamente abstrato e transforma isso em uma coisa que um aluno de ensino médio possa entender? Isso é um problema sério”, continua Paulo Rosa.
Profº Paulo Rosa explica a Teoria da Relatividade em seu quadro
Desde a quantidade de detergente a ser usado em uma esponja na hora de lavar a louça até o modo como se deve limpar um CD de vídeo-game pode ser calculado pela ciência.  Em um mundo cada vez mais tecnológico e, ao mesmo tempo, preocupado com o meio ambiente, é necessário ter um mínimo de conhecimento para compreendê-lo, entendê-lo e preservá-lo. “Há um tempo atrás saiu uma matéria sobre a influência do uso do celular na saúde mental das pessoas. Como alguém poderá julgar se aquilo que está na matéria é sensacionalismo ou é verdadeiro se ela não sabe como o celular funciona?”, questiona o professor de física da UFMS.
Quanto a Teoria da Relatividade, Paulo Rosa adverte que até mesmo em livros usados na faculdade existem afirmações incorretas.  “Em livros de física de ensino superior se escreve que em níveis de baixa velocidade a Teoria de Einstein se reduz a Teoria de Newton. Isso não é verdade. Não se reduz uma teoria a outra. Porque os pressupostos delas, a visão de universo que elas trazem, são completamente diferentes. Os resultados numéricos que elas dão são a mesma coisa. Você tem resultados semelhantes, mas isso não quer dizer que uma teoria se reduz a outra”, critica.
Para Paulo Rosa, uma saída para se trabalhar melhor a ciência nas escolas é a contextualização do assunto. “Contextualizar é colocar um conhecimento em uma situação onde ele faça sentido, onde ele se conecte com algum aspecto do mundo”, diz. A aluna de mestrado em Física da UFMS, Camila Rodrigues Coelho, produziu um projeto com alunos do segundo ano do ensino médio em Jataí, Goiás. Ela contou com a ajuda de um software educacional desenvolvido no campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, UNESP.Nós ensinamos o conceito de equivalência de massa-energia da idéia revolucionária de Einstein sobre massa e energia e contextualizamos esse conceito no funcionamento das usinas nucleares”, diz Camila Rodrigues.
Sobre a recepção dos alunos ao projeto, a mestranda conta que foi proveitosa. “Eles gostaram muito porque coincidiu de ter acontecido o acidente em Fukushima e de ter relembrado Chernobyl. Então, os alunos se sentiram motivados a aprender. E eu não entrei muito na questão de cálculos”, comenta. O projeto, realizado em 2011, é um exemplo de como desenvolver o interesse dos alunos.  “É possível explicar esses conceitos no ensino médio. Você só tem que saber o caminho”, completa Camila Rodrigues.
Contudo, outra problemática destacada por Paulo Rosa é a disponibilidade do professor. “Existem professores que não tem condições de trabalho adequadas. Como esse professor irá preparar um ensino diferenciado? Que hora ele irá construir essas situações de contextualização? Como irá dar um ensino individualizado quando tem 45 alunos por turma e 10 turmas por semana?”, diz.
A ciência deve ser vista como um modo de compreender o mundo em que vivemos. Ela será corretamente explicada somente quando houver uma devida interação entre aluno e professor. “Qualquer pessoa pode entender ciência, basta estudar”, finaliza o professor Paulo Rosa.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

"Dando ASA ao sonho de um mundo melhor"*

Esposas de militares se reúnem para fazer trabalho voluntário


 
Hoje é quarta-feira, são 14h e começa o movimento na Associação das Senhoras da Aeronáutica – ASA. Isso mesmo, Senhoras da Aeronáutica! São cerca de 20 voluntárias que prestam serviços de assistência social a famílias carentes.
  
  

Com sua sede na Rua Fox, s/n, dentro da Vila Militar da Base Aérea, estas senhoras se reúnem semanalmente para trabalhar. Lá elas produzem kits e enxovais para recém-nascidos (que serão doados) e realizam bazar e fazem artesanatos para arrecadar fundos. Esses fundos são revertidos em mais materiais para a produção e na compra de alimentos, também para a doação.

 Mesmo voltada para a sociedade civil e militar, a ASA tem como principal foco ajudar jovens recrutas, garotos que entram no serviço militar obrigatório. “Muitos tem cara de criança. Parecem que ainda brincam de boneco e já vão ser pais”, comenta Jandes Leite, a voluntária responsável pelas doações, que ainda explica: “O atendimento é feito pela assistente social da Base, a tenente Meinike, depois desse primeiro contato ela nos procura para que assim atendamos essa pessoa”.






























Mas as dificuldades existem e a principal é o capital. “Ajudamos, mas muitas vezes falta dinheiro para comprar material. Vendemos nossos produtos, participamos de eventos da Base (Portões Abertos e São João, por exemplo) com barracas de doce, fazemos feijoadas; tudo isso para tentar arrecadar dinheiro. Mercadorias apreendidas pela Receita Federal também nos são doadas para obtermos lucro”, continua Jandes Leite. Nesses eventos são arrecadados toneladas de alimentos.

Todo esse trabalho é reconhecido, os recrutas vem em busca da associação. “Esse é um trabalho de formiguinha, cada uma dessas ‘meninas’ doam seu tempo para ajudar o próximo. Elas deixam de lado a própria família para se dedicar a esse trabalho”. É assim que a atual presidente da ASA, Fabíola Menescal, define essas voluntárias.

Mas a ASA não presta serviço apenas aos que recebem ajuda. A associação nasceu em 1989 pelas mãos de Vera Lúcia Albuquerque, na época esposa do Comandante da BACG (Base Aérea de Campo Grande). Vera tinha acabado de perder o filho em um acidente e criou a ASA para “ocupar sua cabeça”. Após 22 anos ela não perdeu essa essência, “É uma terapia pra nós. Eu tenho meu trabalho, problemas, contas, preocupações, mas separo esse tempinho pra fazer o bem ao próximo, além de conversar e fazer amizade. Isso me faz muito bem!”, comenta a voluntária, Ivone Miguelão. E é com esse sentimento que as Senhoras da Aeronáutica terminam seu trabalho de hoje, pois já são 17h, o fim do expediente!
*Texto e fotos de Eduardo Coutinho - acadêmico de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Ferrovia no Mato Grosso do Sul

O esquecimento da Vila dos Ferroviários


Fotorreportagem produzida pra o curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Em 2004 a Feira Central de Campo Grande passou para a Explanada dos Ferroviários. Ao seu lado, foi construído um muro, separando a Feira da Vila dos Ferroviários.


Agradecimentos:
Julio Carvalho - Acadêmico de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Dias e noites


O encanto que encanta sem ninguém ver
Se quebra quando o galo canta seu canto ao amanhecer
O silêncio da noite, calmo e reflexivo
Se esmiúça logo ao ver o sol aparecer
A escuridão, com seu rosto expressivo
Se contorce quando o dia vem a nascer


sábado, 18 de junho de 2011

Pantanal

Algumas fotos tiradas durante viagem ao Passo do Lontra em Corumbá/MS, na companhia dos amigos Eduardo Coutinho e Julio Carvalho:

Eduardo (a frente) e Julio

 Rio Miranda

 Tomando sol na beira do rio

Ops!! Me encontraram...


Posto da Polícia Rodoviária 


Pantanal...


BR 262 


No posto da Polícia Rodoviária 


A imagem no retrovisor foi proposital...

domingo, 29 de maio de 2011

Paranomásia



O vento é o motor do barco à vela
A vela acesa é uma luz na escuridão
A escuridão apagada vira dia
O dia com a noite faz o tempo

O tempo correndo faz o relógio andar
O relógio parado não faz o tempo parar
Paradas não ficam as palavras
As palavras podem curar
Ou ferir como ferrão de arraia

Só as Arrais voam no mar
O mar é o espelho do céu
Um céu azul eu pintei no papel
Papel que um dia foi árvore
Árvore que cresceu no verão e no inverno

Árvore que virou um caderno
Caderno com rimas escritas
Rimas que somadas são poesias
Poesias que escrevi em papel num momento
E no outro, as joguei de volta ao vento 


terça-feira, 24 de maio de 2011

Os Cravos

Por que você o faz chorar?
Se ele te faz sorrir
Você só pensa em multiplicar
Enquanto ele ensina a dividir
O último que você agradece
É o primeiro que ofende
Quando algo de errado
De repente o surpreende
As palavras dele são boas
Já as suas
Como chicotes o açoitam novamente
Você se acha bom
Mas se olhe no espelho
E sentirá tanta vergonha
Que ficará vermelho
Se ele apontasse nossos erros
Lhe faltariam dedos
Mas ele olha virtudes
Que, as vezes, nem sabemos que temos
Ele quer agir
E você o impede
Você não quer ouvir
Mas, mesmo assim, ele repete
Nós éramos escravos
Mas ele nos livrou da escravidão
Por meio dos cravos
Que foram pregados em suas mãos.





sábado, 14 de maio de 2011

A quem não irá ler este texto

Me cansei das rimas e resolvi escrever um texto normal, comum. Escrito assim direto, de uma vez só. Porém este texto, apesar de estar em um local público, é para uma pessoa específica. Mas o mais estranho ainda é que ele é para alguém que eu não conheço. É estranho escrever para alguém que não se conhece e, ao mesmo tempo, torcer para que ela leia. O fato é que escrevo. Repetindo palavras mesmo, sem se importar com estética. Escrevo um texto de renúncia, mas também de esperança. Quem mais for ler este texto talvez não entenda. Mas ela entenderá ou entenderia porque não irá ler. Bom, vou direto ao ponto, já que este texto não faz sentido nenhum: cansaço. Esta é uma palavra que pode resumir bem o que quero mostrar. Cansado de procurar. Cansado de não achar. De estar em uma multidão procurando alguém específico. De olhar pela janela do ônibus. Ficar sozinho pensando quando poderia estar acompanhado conversando. Você que não está lendo este texto, por favor, esteja ciente de que estou cansado. Portanto não espere mais que eu te procure assim como eu nunca esperei que você me procurasse.  Não se iluda achando que estarei como um detetive atrás de seu rastro. Não pense que vou continuar jogando fora os detalhes de minha vida, especulando, procurando. A você que não está lendo este texto, é à você mesma que ele se destina. Como eu já disse não me preocupei com a estética do texto. Nem com a gramática. Nem com a ortografia. Não quis rimas porque elas demoram para ser pensadas e escritas. E eu não quero pensar mais sobre isso. Minha ideia é esquecer. Quase uma missão. Mais que um desejo. Mas me preocupei com uma coisa no texto, assim como costumo me preocupar com os outros, também: que ele não fosse nem muito longo e nem muito curto. Bom, já disse o que queria dizer. Não irei mais te procurar. Mas isso não exclui o fato de ainda querer te encontrar. Não consigo fugir das rimas. 

terça-feira, 26 de abril de 2011

Leitura Dinâmica

Passa o tempo
Vem correndo
Passa o tempo
De repente
Passa o tempo
E pega o tempo
E cola o tempo                                                         
No relógio de parede
O tempo vai passado agora
E o tempo a gente conta em hora
O tempo passa e vai embora
O tempo passa e a gente demora
O tempo passa
Enquanto você lê
O tempo passa
E a gente não vê
Passa o dia passageiro
Vem voando o dia inteiro
Vem voando contra o tempo
Vem voando feito o vento
Passa o dia num momento
Passa tão rápido e tão lento
Vai passando e vai correndo
E corre o tempo contra o tempo

quinta-feira, 21 de abril de 2011

TV

Eu não sei ler nem escrever/ Nunca aprendi o ABC / Só que eu tenho alguém do meu lado / Eu não sei quanto a você / Mas eu já fui infectado / Com o vírus da TV / E foi por meio da TV / Que me tornei PhD / Em tudo que eu não preciso saber / Eu levo a vida do jeitinho que a novela me ensinou / E nos programas de domingo / Eu me imagino quando vou / Essa TV faz muito bem pra mente / Pra quem mente, sim senhor / Meus amigos me dizem pra sair / Conhecer alguém / Mas eu já passo acordado várias madrugadas / Com a minha companheira / De vinte e uma polegadas / Sou culto e inteligente / Ninguém afeta a minha mente / Mas esse seu produto / Eu comi perfeitamente / TV, televisão / Te guardo no meu celular / No bolso, perto do meu coração / É um sentimento tão bonito / Você me chama de imbecil / E eu fico te assistindo / E na sala de criação / Os velhos gênios da televisão / Inventam os programas que a gente vê / Nos chamam de idiotas / Com transmissão em HD / E também tem o jornalismo / Vinte e quatro horas de plantão / Preparado pra mostrar / Um desastre em alta resolução / Furo de reportagem / Tudo em primeira-mão / Todas as emissoras / Querem passar ao vivo / Mas uma já mostrou / Em seu reality show / Tenho informação, tenho diversão / Tenho entretenimento / E disso eu bem entendo e agradeço a TV / Por passar no domingo / O jogo que eu não quero ver

sábado, 16 de abril de 2011

Pequeno texto sobre a existência da Burocracia e de sua utilidade

Não se admire com a palavra ‘utilidade’ no título. Bom, se a Burocracia existe até hoje é porque ela tem alguma utilidade para alguém. Mas o que ela é e para que ‘serve’? Esta palavra é uma junção de outras duas: do francês bureau, escritório, e do grego krátos, mantendo o significado de poder ou regra.  Ela é, basicamente, um sistema de hierarquia de funções. Ou seja, você não pode atravessar de A para C sem antes passar por B. Até aí tudo é lógico. Acontece que a Burocracia tem o poder de transformar isto em um caminho infinito. Você não pode atravessar de A para C sem antes passar por A/1, A/2, A/3, etc.
Mas por que todo este sistema infindável de caminhos? Talvez certas coisas sejam programadas e preparadas para não dar certo, mas com uma aparência de que tudo está ‘andando’ conforme o previsto. Ou, talvez ainda, para outras coisas é necessário um período de tempo para se encontrar uma solução. Este sistema, então, indicaria que esta solução já existe, mas irá demorar um tempo para colocá-la em prática. Isso acalmaria o reclamante até que esta solução seja realmente encontrada.  
Outro motivo para a existência da Burocracia seja, talvez, para aumentar desnecessariamente o número de pessoas em um determinado serviço. Por que deixar uma pessoa só, fazer aquilo que pode ser feito por três ou quatro? Nisso você pode dizer: ‘bom, é mais empregos a disposição. Qual é o problema nisso?’. Bom, talvez diga isso porque esteja pensando somente no individual. Portanto, agora imagine isso em uma empresa, por exemplo, e de uma maneira mais ampla: Por que deixar um único departamento fazer o que pode ser feito por três ou quatro outros departamentos? ‘Mais empregos ainda’, afirmaria você. Mas e se eu desejar colocar somente pessoas de minha “confiança” nestes departamentos? Se uma pessoa pode fazer, sem se sobrecarregar, uma determinada tarefa, o que faria o outro designado a fazer a mesma tarefa? Talvez ele realmente se esforce para honrar o salário que recebe. Ou talvez fique em seu computador jogando paciência esperando por este salário.
É claro que isso tudo é a ‘superconformidade’ na Burocracia, considerada, inclusive, uma disfunção dela. É lógico, também, que é necessária certa hierarquia na realização dos diferentes tipos de trabalho. Isso para não sobrecarregar uma única pessoa e para distinguir as funções de cada um. Mas até que ponto esta hierarquia não é usada para um propósito errado?

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O Senhor do Capitalismo

Capitalismo que não é mais selvagem. Tornou-se civilizado e corrompeu a civilização. Dominou e escravizou aqueles que o criaram. Quer que todos se submetam a sua vontade, sejam seus brinquedos.  Pois bem. Esqueça de teus sonhos para entrar em sua roda. Dê mais valor ao dinheiro do que aquilo que compra com ele. Passe a acreditar que ajudar alguém só é possível se tiver uma certa estabilidade financeira. Nunca se contente com o teu salário. Queira sempre uma promoção em teu emprego. Aceite teu chefe falar sobre a ganância. Mas não qualquer ganância. A ganância boa (boa, dizem eles). Aquela que te faz ir para frente. Ou ir atrás. Atrás dos teus sonhos. Que não são seus, porque você já desistiu deles. Mas são os sonhos que criaram para você. Queira sempre ser o melhor no que faz. E se esqueça que, quando se torna o melhor, outras pessoas precisam, obrigatoriamente, ser piores. Mas, quando isso acontecer, coloque a culpa nelas mesmas. Afinal, não trabalharam tanto e tão bem quanto você.
Não divida nada! Se outro quiser o que você já tem, que ele faça por merecer. Se algo vier fácil é bem capaz que ele se acostume. Caso veja alguém parado em frente de casa sem fazer nada, chame-o de vagabundo. Ora, por que ele não vai trabalhar? Você trabalha o dia inteiro. Por que ele fica em casa sentado ou brincando com os filhos. Por falar em filhos... Quando tiver os seus, dê um beijo neles antes de sair de casa. Lembre-se: você tem que trabalhar hoje e vai ficar o dia inteiro sem vê-los. Quando voltar eles já estarão dormindo. Nas raras vezes que lhe sobrar um tempo, ensine-os sobre o ‘valor’ do dinheiro que você já aprendeu muito bem. Conte sobre o dia de trabalho. Eles estão muito interessados em saber da bronca que você levou hoje. Quando sair com eles e lhe pedirem alguma coisa que não pode comprar, diga que quando forem grandes e tiverem seu próprio dinheiro poderão ter o dobro daquilo que querem.
O sistema depende de você e depende que você ensine aos seus filhos. Torne-se um senhor do capitalismo. Não deixe que ele te domine. Passe a acreditar que o melhor modo de dominá-lo é esquecendo que ele te domina. Não pare para pensar. Tempo é dinheiro. Nem tente pensar. Quando tiver espaço no dia para fazer isso, estará tão cansado que vai querer dormir apenas. Acredite no que dizem: “não tem como mudar”. Você é só um. Enquanto for um dos senhores do capitalismo, o Capitalismo será teu senhor.

Fogo-fátuo

Pegue sua senha / Espere aí na fila / Assista TV / Verifique a classificação indicativa / CPF; RG; código de barras / Você é só mais um número / É isso que você é / Ninguém conteste o infalível IBGE / Vá até o banco / Retire o teu salário / Não muito, só o suficiente / Para esquecer que é escravo / Guerras, fome, epidemias / Controle populacional / Vivemos em um país de cegos / Cujo conformismo é a Capital / Comemoramos a vergonha / Em feriado nacional / Política de pão e circo / Bonecos de ventríloquo / Para tapar um buraco / Cavam um abismo / O que o exército reprova / Vira brinquedo para o seu filho / Honre seu país, morra por ele / Seja patriota / Cante o hino / Conforme aprendeu na escola / Mas os professores ensinam o que aprenderam/ Que é apenas ensinar / E a gente aprende o que precisa / Para depois não precisar / Exerça seus direitos inventados / Proteste já / Não resista / Se submeta ao sistema / Não existe manipulação / Isso tudo é ficção / Coisa de cinema / É fácil dar sempre a mesma explicação / Ela serve muito bem / Quando ninguém ouve a liberdade de expressão / Em carapaças democráticas / As velhas oligarquias / Implantando seus terrores / Na festa da democracia / Elegemos nossos ditadores / Nenhum deles presta/ Mas nos obrigam a votar / E depois a culpa é minha / Quando começam a roubar / Sistema operacional ileso / Eu, robô / Ele roubou / Eu estou preso / Grades invisíveis / Câmeras de vigilância por perto / Você tem privacidade / Eu sei porque te observo / As vezes me vejo / Na Segunda Guerra Mundial / As vezes me esqueço / Que isso tudo é tão normal

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Antes que...

Antes que isso me corroa. Antes que eu morra. Antes que me esqueça. Antes que eu adormeça. Antes que os outros se esqueçam. Antes que os sentimentos se empobreçam. Antes que a verdade tome outros formatos. Eu preciso falar sobre a realidade de alguns fatos: em um milésimo de segundo, a violência ronda todo o mundo. E não contente com isso, ela quer, de novo, escancarar o seu sorriso. Próximo ao lugar onde estudo, que faz parte do meu mundo; o lugar onde estagio; em um local vazio. A segurança é nula. As ruas são escuras. Mas foi de dia! Alguém andava sozinha. Inocente. Pacata. Mas, sem saber, alguém a olhava na mata. E algo de mau aconteceu. Algo de mau virou manchete de jornal. Alguém a viu sair da mata. Cansada, abatida... ferida. Das autoridades, mais uma noite de lamento. Mas apesar da cobrança, não existe segurança. Onde? Uma Ferida Mancha o Sentimento. Esta segurança ainda é espera. Não era assim que era para acontecer. Não era para ser este o meu primeiro post. Alguém irá dormir triste esta noite. Mas que Deus ilumine o caminho dela.